ABORTO LEGAL E SEGURO… JÁ!

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A quase um ano depois de aprovada a Lei que permite o aborto no Uruguai, a mortalidade materna por esta prática se reduziu a zero.

Nete 28(fecha) de setembro se celebra o Dia de Ação Global por um Aborto Legal, Seguro e Gratuito. 

Na América do Sul, em 2013 temos um motivo especial para somar-nos às ações desta data. 

Por fim, um país da região, Uruguai, tem uma lei que outorga o direito às mulheres a decidir sobre sua gravidez, aprovada na Câmara de Senadores desse país em 17 de outubro de 2012. 

No Caribe, Cuba foi pioneira, desde os anos da revolução, em permitir o aborto e contemplá-lo dentro dos serviços de saúde que presta o Estado. 

No restante dos países, as mulheres não podem interromper a gravidez. Em muitos deles o aborto é penalizado inclusive com prisão, mesmo que a gravidez seja fruto de violação. 

No Uruguai se permite em todos os casos dentro das primeiras 12 semanas de gestação, seja por estar em perigo a vida da mãe, por violação, por defeitos do feto, por fatores socioeconômicos ou simplesmente porque assim o decide a grávida.

Um dos argumentos esgrimidos pelos “defensores da vida dos fetos”, que parecem preocupar-se pouco pela saúde física e mental das mulheres grávidas, é que no momento de aprovar leis que legalizem o aborto, estes aumentam exponencialmente. Como se para as mulheres que abortam, fosse simples chegar a tomar esta decisão. 

Os números no Uruguai demonstram o contrário. Nestes 11 meses de vigência da lei os abortos não aumentaram, mas o que diminuiu a zero é o número de mortes de mulheres durante a prática de abortos. 

Que o aborto não esteja aprovado na maioria dos países latino-americanos não significa que as mulheres não o pratiquem. As que têm muito dinheiro o fazem em clínicas privadas e seguras, mas a maioria, que não conta com os recursos suficientes, se veem obrigadas a acudir a clínicas clandestinas onde mais de 5.000 mulheres latino-americanas morrem a cada ano por abortos mal praticados. Calcula-se que 95% das interrupções de gravidez que se praticam no mundo são inseguras. 

O outro argumento de quem se opõe a um aborto livre e seguro é qualificá-lo como um pecado e afirmar que vai contra as leis de Deus. Será certo? Falou Jesus alguma vez sobre isso? O proibiu?

Para responder estas preguntas te convidamos a ver(enlace) esta apresentação realizada pelos irmãos López Vigil, María e José Ignacio, autores das séries Um Tal Jesus e Outro Deus é Possível. 

Neste 28 de setembro precisamos continuar reclamando de nossos governantes que em países laicos as Igrejas não devem ditar as leis. Insistir em que se despenalize o aborto e que cesse a criminalização contra as mulheres que se veem obrigadas a praticá-lo. 

Oxalá o próximo ano não só Uruguai e Cuba sejam os países que legislam para defender os Direitos Sexuais e Reprodutivos de suas cidadãs e mais países se somem a esta, de momento, curta lista.