COMO É TUA PROGRAMAÇÃO? (3)

Radioclip en texto sin audio grabado.

O modelo generalista é mais versátil e se corresponde melhor com os objetivos sociais da rádio.

Já vimos quatro modelos para armar a programação de uma emissora. Agora podemos preguntar-nos: Qual é o melhor para nossa rádio?

A resposta depende dos objetivos que se propusiram. Que busca tua rádio, qual é seu projeto? A onde olhas?

Suponhamos uma emissora comercial cujo interesse, basicamente, é ganhar dinheiro. Depois de estudar o mercado, se especializa como uma rádio musical rockera dirigida à juventude. Seguramente conseguirá anunciantes e bons pontos do rating. Mas nada mais.

Suponhamos outra emissora com interesses políticos ou religiosos. Especializará seus programas nestes temas, fará campanhas agressivas para promover a seus candidatos ou para ganhar adeptos a suas crenças. Seguramente captará votos ou esmolas. Mas nada mais.

Tua rádio não é assim. Tua emissora, estou seguro, tem uma finalidade mais ampla, busca construir valores humanistas, quer contribuir a um mundo justo e equilibrado, aportar um grão de areia (ou de silicio, para ser mais modernos) na consciência cidadã.

Se esses são teus objetivos, não te conformarás com uma emissora musical porque queres incidir na opinião e nas políticas públicas. Não te bastará uma emissora exclusivamente informativa porque também queres educar e entreter. Tampouco te limitarás a uma emissora religiosa porque pretendes abordar todas as necessidades da pessoa. Nem uma emissora partidária porque a comunidade é plural e queres chegar a todos os setores.

Qual modelo será, então, o mais adequado a nossos objetivos sociais? Sem dúvida, o generalista.

Agora bem, isto não quer dizer que todos os programas sejam generalistas. Podes segmentar a amanhãzinha para os camponeses, a manhã mais feminina, a tarde mais juvenil, a noite mais adulta. Podes especializar os programas segundo os diferentes horários. Mas o conjunto da programação será inclusiva, de tudo para todos e todas.

O caso de uma emissora universitária é diferente. Preferenciará este público, mas sem fechar-se a outros (precisamente porque quer abrir a academia à sociedade). Da mesma maneira, uma rádio sindical priorizará seu público, mas sem fechar-se aos não organizados (precisamente, porque quer favorecer a organização popular).

Algumas emissoras contam com duas faixas , AM e FM. A AM a perfilam mais adulta e a FM mais juvenil. É uma boa opção (se se comprova boa audiência em ambas).

Outras emissoras, localizadas em metrópolis, preferem concentrar sua incidência em um setor. Por exemplo, uma rádio de mulheres. Ou de crianças. É uma opção também válida, levando em conta que outras emissoras alcançam outros públicos.

Ainda que não haja regras fixas, para a imensa maioria das emissoras locais, para as rádios localizadas em cidades pequenas e medias, em bairros e distritos de uma grande cidade, o modelo generalista lhes resultará mais versátil e se corresponderá melhor com os objetivos sociais da rádio.

Fantástico. Suponhamos que temos optado pelo modelo generalista. E agora… que passos damos para armar a programação?

O veremos na próxima, colegas!