JORNALISMO LIVRE

Radioclip en texto sin audio grabado.

Onde fica a liberdade da audiência?

Aqui nos Radialistas temos falado muito sobre Software Livre. Como vocês já sabem, esta filosofia está baseada em quatro liberdades definidas por Richard Stallman:

_- Liberdade 0._ A liberdade de executar o programa para qualquer propósito.
_- Liberdade 1._ A liberdade de estudar como funciona o programa, e mudá-lo.
_- Liberdade 2._ A liberdade de redistribuir cópias para ajudar a seu próximo.
_- Liberdade 3._ A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a terceiros.

O que aconteceria se aplicarmos estas mesmas liberdades ao jornalismo? Poderíamos imaginar uma comunicação cuja audiência possa acessar as fontes, melhorar o que os jornalistas publicam, contrastar as investigações e gerar novos conhecimentos. Teríamos um jornalismo mais acessível e transparente. Um jornalismo livre.

É a proposta que nos traz Susana Lopez-Urrutia. Ela define as quatro liberdades do jornalismo da seguinte maneira:

Liberdade para usar o material
Toda reportagem ou trabalho deveria estar à disposição da audiência para que possa lê-lo, vê-lo, ouvi-lo ou usá-lo, quantas vezes desejar. Não há melhor forma para conseguir isto do que compartilhá-lo na Internet. Não deixemos que se perca em um papel. Usemos formatos como o odt ou PDF para que qualquer um possa acessá-lo. Publique teus trabalhos em blogs com Software Livre como WordPress e, se são áudios, a redes livres como Radioteca.

Liberdade para estudar como foi feito
Permita que tua audiência veja como você fez o teu trabalho, quantas fontes utilizou, as notas que tomou, os vídeos e os áudios que gravou. Ponha à disposição de teu público não só o trabalho final, mas o material que utilizaste para fazê-lo. Assim, tua audiência poderá construir sua própria ideia de da notícia e não só ficar com tua versão dos fatos.

Liberdade para compartilhar
Ainda se encontram muitos artigos publicados na Internet com a frase “Todos os direitos reservados” ou “Se proíbe a reprodução deste material”. Por quê? Acaso os jornalistas não constroem coletivamente seu trabalho? Não são artigos com vozes de fontes, informações de autoridades e opiniões da rua? Não teriam, então, que ser publicados de forma coletiva? Não utilize “copyright” em teus trabalhos. Use melhor licenças Creative Commons e permita que teu público compartilhe teus materiais.

Liberdade para corrigir e melhorar
Correções bem-vindas! Um bom trabalho jornalístico gera controvérsia. Se se difunde, você sempre terá comentários positivos e negativos. Permita que tua audiência comente teu trabalho. Obterá pontos de vista que você não conseguiu ver, ter outras fontes de informação. E inclusive, se você cometeu um erro, a comunidade o dirá.

Que tua audiência melhore teu trabalho, o enriqueça. Que melhorem tuas notas e façam outras. Quiçá alguém se anime e, coletivamente, façam um livro, um programa ou uma reportagem radiofônica. Ninguém está roubando teu trabalho. Só o estão melhorando. E depois, nos conte como está indo… jornalista livre!

*LEIA O ARTIGO: POR UM JORNALISMO LIVRE E DE CÓDIGO ABERTO.

BIBLIOGRAFÍA
Hacia un periodismo libre y de código abierto

*Imagen cortesía de: http://www.flickr.com/photos/kalexanderson/5996465579/