O CANTA CONTOS

Radioclip en texto sin audio grabado.

A missão de um canta contos é unir com o som aos povos, com a possibilidade do som derrotar à tristeza.

CONTROL JUANINHA

REPORTER Alexander Bolaños, Tzambó Katatún, se define a si mesmo como um canta contos. Como muitos jovens, recorre nossa América Latina cumprindo seus sonhos. De passagem pelo Peru, visitou a RADIALISTAS. Alexander, que é um canta contos?

TZAMBO Um canta contos é um cronista da época. A missão de um canta contos é unir com o som aos povos, com a possibilidade do som derrotar à tristeza. Neste caso, dentro da América Latina, a missão histórica é de unir aos povos, de romper as fronteiras.

LOCUTORA Conta-nos tua primeira história. Por que Tzambo Katatún e não Alexander?

TZAMBO Alexander Bolaños, porque esse é o nome que me deu o império, assim que a esse nome há que destruí-lo. Tenho informação genética índia e a esse nome o honro. Essa mistura entre tradições ancestrais, gitanas e africanas.

CONTROL JUANINHA

TZAMBO Decidi sair das quatro fronteiras, das quatro paredes para redescobrir a América mestiça, essa grande mátria que aos desta região nos toca alcançá-la, conhecê-la. E a música foi a possibilidade certa de cumprir e constatar que há fronteiras que nos impuseram, que temos muitas coisas em comum, muitas históias, pratos, comidas, tradições, crenças que nos vinculam, e que se contrapõem a uma realidade oprobiosa, lacerante, que nos exige assumir outra posição, repensarnos como latinoamericanos. Estamos fazendo esse com a música e sim é certo, há muitas histórias. Posso dizer, com gratidão no coração, que na América Latina não me senti estrangeiro. Em cada região senti esse afeto, esse carinho. Com isso é o que fico. Talvez me faça falta mais tempo para tirar essas histórias que estão registradas aqui, na pele e que vão saindo aos poucos…

CONTROL JUANINHA

TZAMBO Para mim a grande li;cão foi descobrir, nos lugares mais excluídos, por exemplo, as favelas, como se derrota à tristeza. Essa é uma informação valiosa para um canta contos. Juntam-se por aí uns tambores, imediatamente são dez, em pouco tempo são vinte, trinta, quarenta. E claro, a uns cinco quadras se sente essa presença vibratória, sonora, essa explosão em meio da tristeza. E é o movimento da música afro que se sente com maior intensidade no Brasil. É uma grande lição que justamente nos lugares onde as condições são mais adversas, a gente tem essa vocação para o gozo e para a vida. A tristeza é uma energia que anula às pessoas e há culturas onde se a combate solidariamente com trabalho, com som.

CONTROL JUANINHA

TZAMBO Para mim a rádio, é essa possibilidade de conectar-se, e digo conectar-se no sentido da comunicação, com os outros. Um trabalho coletivo que vincula esfprços, que a um sonho pode tornar realidade, não? Porque quando se sonha sozinho, é apenas um sonho, mas quando se sonha juntos, pode tornar-se realidade. Bem utilizada, é um meio de potencializar as possibilidades de um povo, de uma região.

CONTROL JUANITA

TZAMBO Uma cordial saudação, um fraternal abraço a todos os ciber escutas de RADIALISTAS APAIXONADOS, centenas de milhares.

CONTROL JUANINHA

ENTREVISTA
Alexander Bolaños, Lima, Perú.

zambocatatun@hotmail.com