PASSOS PARA ARMAR A PROGRAMAÇÃO (4)

Radioclip en texto sin audio grabado.

Que passos dar? Que elementos levar em consideração?

Vamos fazer a programação — ou a reprogramação— de nossa emissora. Por onde começamos? Que passos dar? Que elementos levar em consideração?

Perfis e públicos

O quilômetro zero consiste em responder-nos para que e para quem pensamos a programação. Não nos referimos agora aos grandes e prévios objetivos do projeto radiofônico (o serviço à comunidade, os Direitos Humanos, a construção de cidadania). Trata-se de metas mais específicas relacionadas com o perfil da rádio. Por exemplo, uma emissora indígena poderá em primeiro plano a identidade cultural. Em uma cultura muito machista, a temática de gênero estará priorizada. Numa zona mineira, a problemática ecológica estará sempre em agenda. Trata-se de determinar o eixo central — ou os eixos— transversais a toda a programação.

E para quem se disenha a programação. Porque a audiência não é um todo homogêneo. Não há um público, sinão muitos públicos. Que espaços dedicaremos a mulheres e a homens, a meninos e meninas, a jovens, adultos e adultos mais velhos? E os idiomas? Em nossa área de cobertura se fala unm sóa língua? E quanto ao setor social que queremos alcançar: mais popular, mais de classe média, mais urbano, mais camponês, mais de migrantes ou informais?

Comecemos por aí, definindo com que rosto e com quem queremos relacionar-nos.

Um bom diagnóstico

Há que conhecer muitas coisas antes de lancer-se à aventura de montar uma programação:

  • Conhecer o contexto. Que instituções há na zona, quais têm credibilidade, quais são os centros de poder econômico e político, quem são os amigos e os inimigos, com quem podemos relacionar-nos, com quem devemos fazer alianças?
  • Conhecer os públicos. A quem me dirijo quando abro o microfone? Quais são seus horários, que lhes agrada e desagrada? Como se divertem, que música preferem? Como falam, que refrões emplegam? Quais são suas necessidades mais prementes? Que outros meios de comunicação consumem? Cultura, costumes, religiosidade?
  • Conhecer a concorrência. Quantas emissoras entram nos receptores de meus ouvintes potenciais, que alcance têm, quais necessidades do público respondem? Quais são seus melhores programas e seus locutores favoritos? Que posto ocupam no rating? Qauis são nossas vantagens comparativas em relação a estas emissoras?
  • Conhecer nossos recursos. Com que equipe humana contamos? Que capacitação têm, com que motivação trabalham, como se relacionam uns com outras e outras com uns? São criativos? E as equipes técnicas? Podemos desenhar uma programação audaciosa e quente com eles?

Com estes dados, e alguns mais que se lhes ocorrram a vocês, já podemos lancer mãos à programação. Até o seguiente radioclip!