TRÊS MODELOS DE

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Você doutrina, faz propaganda ou comunica? [ESPAÑOL]

O que é a comunicação? Vejamos os três modelos que se costuma propor: o modelo escolar, o modelo propagandístico e o propriamente comunicacional.

INSTRUÇÃO

Em alguns manuais antigos ainda se explica a comunicação com esta fórmula simplista:
Na realidade, este modelo deveria desenhar-se verticalmente:

Isto não é comunicação, mas “instrução”. É o esquema das escolas tradicionais, a educação que Paulo Freire chamou bancaria. Alguém que sabe (ou acha que sabe) enche a cabeça de quem não sabe (ou acha que não sabe) com dados e conhecimentos (também com preconceitos).

Este modelo poderia chamar-se DOUTRINAÇÃO. Põe a ênfase na transmissão de conteúdos. Busca “informar”. Ainda se emprega em muitos colégios e abunda nas igrejas.

PROPAGANDA

O segundo modelo parece corrigir a verticalidade do anterior incluindo um “retorno”, o famoso “feedback”, traduzido feiamente como “retroalimentação”.

Este também não é comunicação, mas “propaganda”. Porque o tal “feedback” não busca dialogar com quem recebe a mensagem, mas conhecer seus gostos e interesses para manipulá-lo melhor. Para vender mais produtos ou para comprar mais votos.
Este modelo poderia chamar-se PERSUASÃO. Põe a ênfase na obtenção de resultados (clientes, votantes). Busca “conformar”. Se emprega em muitas publicidades e em quase todos os discursos políticos.

COMUNICAÇÃO

A comunicação é outra coisa. A comunicação é diálogo, é uma relação de mão dupla, horizontal. É falar e ouvir. Não há locutores e receptores, mas interlocutores. Como seu nome indica, comunicação é “comunhão, união comum”.

Ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo. A aprendizagem, o crescimento sempre é coletivo. Este é o verdadeiro modelo de COMUNICAÇÃO. Um modelo que põe a ênfase no processo, que busca “transformar” a realidade e as atitudes. Porque a construção de valores não se consegue com imposições, mas com motivações. De dentro para fora.
Este modelo é o que empregamos em uma rádio comunitária e em todo processo de formação política, social, até espiritual.

 

BIBLIOGRAFÍA