TRIÁLOGO

Radioclip en texto sin audio grabado.

Falar com o parceiro, falar com o público.

No radioclip anterior mencionamos seis equilíbrios que se devem conseguir entre os que conduzem um programa de rádio, uma radiorevista. Seja um dupla de mulher e homem, ou sejam duas mulheres ou dois homens, em qualquer caso é importante conseguir esse balanço.

Mas o balanço mais decisivo é o que se estabelece entre ambos condutores e o público. Não vemos os ouvintes, mas estão aí, escutando-nos. Os pressentimos, são nossos interlocutores silenciosos. Assim pois, temos um colega ao lado e muitos radio-ouvintes a frente. E temos que nos dirigir tanto a um como aos outros.

Vejamos as distintas possibilidades:

1- Neste primeiro esquema, os dois condutores só falam entre si, sem se dirigir à audiência nem envolvê-la na conversação. O esquema próprio de uma entrevista.

2- Neste segundo caso, as flechas indicam que os condutores se dirigem aos ouvintes, mas não falam entre si. É o esquema dos noticiários clássicos.

3- O primeiro condutor se dirige ao segundo e à audiência. Mas o segundo só conversa com o primeiro e não com a audiência. É o esquema típico do esperto e o bobo. Ou a boba. Não nos serve em uma radiorevista democrática.

4- Vejamos o quarto esquema. Este é o modelo correto do diálogo radiofônico. As flechas indicam que os condutores conversam entre si e com a audiência. É um diálogo a três. Um triálogo.

Em ambas as direções, com o colega de cabine e com a audiência, empregam a segunda pessoa (você, vocês) e não a terceira. A terceira pessoa (ele, ela, eles, elas) esfria a relação com a audiência.

Não diga:

─ “Os amigos e amigas que nos escutam…”

É melhor:

─ “Vocês, amigos e amigas que nos escutam…”

Porque você está falando de você para você com eles e elas, ainda que não os veja.