TRES NIVEIS DE INTERMEDIAÇÃO

Radioclip en texto sin audio grabado.

Levar ao ar a denúncia, interpelar a autoridade competente e dar seguimento ao caso até encontrar uma solução.

Nas emissoras sempre houve gente que vem ou chama por telefone e protesta. As rádios latinoamericanas têm sido, além de correios e telefones públicos, tribunas para alevar a voz contra os abusos do poder.

Tornar pública o protesto privado tem um grande valor. Mas não basta. Porque se buscamos resolver os problemas, isto não será possível sem interlocutar com os responsáveis de solucioná-los.

Assim pois, subamos, de degrau em degrau, os três néveis da intermediação.

NIVEL 1 – A DENÚNCIA

Chega uma denúncia à rádio. Pode ser uma visita, por telefone, por carta ou a través da unidade móvel. Pode ser uma pessoa ou um grupo. Pode relacionar-se com a corrupção, com a burocracia, com a discriminação, com as mil e uma formas de atentar contra os Direitos Humanos.

Antes de levá-la ao ar, os jornalistas têm que averiguar bem de que se trata. E tomar as precauções necessárias para que não lhes vendam gato por lebre nem brincadeira por acusação.

O primeiro é esclarecer qual é o problema e recolher os dados que permitam compreender bem o que se está denunciando e suas causas. Depois, há que afinar a pontaria para saber dirigir-se aos responsáveis.

NIVEL 2 – A INTERPELAÇÃO

Já saú ao ar a denúncia. Agora nos toca chamar aos responsáveis de resolver o problema. É como tirar a ponte entre denúnciantes e denunciados. O jornalismo de intermediação busca unir estas duas margens para encontrar uma solução justa.

A quem recorrer? À autoridade competente. Se esta não resolve, iremos subindo e interpelando a seus superiores.

Se trata de conseguir algum tipo de compromisso para avançar na solução do conflito. O diálogo com as autoridades não pode ficar somente em promessas ou retórica. Há que concretizar. Quando, quanto, onde, como?

NIVEL 3 – O SEGUIMENTO

Não basta abrir os microfones para receber queixas e denúncias. Nem se quer é suficiente interpelar aos funcionários ou responsáveis das presumidas irregularidades e delitos. Há que dar seguimento aos casos. A intermediação, como veremos, pode durar vários programas, vários dias, várias semanas, meses e até anos. Este quinto jornalismo se escreve com J de justiça e P de paciência.

Que necessitamos para dar seguimento aos casos que se nos vão apresentando no programa? O veremos na próxima semana.
(CONTINUARÁ)