A Lua FM, a emissora cidadã que está acompanhando as

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A Lua FM, a emissora cidadã que está acompanhando as
mobilizações em Quito contra o governo ditatorial de
Lucio Gutiérrez, foi fechada.

Este fato constitui um grave atentado contra a
liberdade de expressão e contra a vontade do povo
equatoriano que durante seis dias com suas noites se
expressou nas ruas.

Quarta feira, a cidade parou. Milhares de pessoas
pediram a destituição da Corte oficial de Justiça que
permitiu o regresso ao país dos bandidos, os ex
presidentes Adbalá Bucaram e Gustavo Noboa.

Desde Radio A Lua, o diretor de informativos Paco
Velasco chamou à população a sair com caçarolas para
demonstrar seu descontentamento.

VOZ DE PACO VELASCO

Ao dia seguinte, não foi o “caçarolaço”, sinão o
“reventón”. Ás 9 da noite, depois de cantar o Hino
Nacional, o povo rebentou globos como medida de
protesto. Depois, foi o “tablazo”. Com duas madeiras,
a população fazia um ruído insuportável pedindo a
saída de Gutiérrez.

O presidente, assediado pela cidadania, confrontado
pela emissora, decretou o toque de recolher. Mas
ninguém obedeceu à ordem, nem se quer os militares, a
gente seguiu nas ruas pedindo a saída de todos os
políticos corruptos. Gritaram frente à mesmíssima casa
do presidente.

VOZ DE PACO VELASCO

Como o presidente chamou “foragidos” os que
protestavam, a emissora abanderou a consigna: “Todos e
todas somos foragidos!” Nos autos se liam carteis:
“Não veja a televisão, ouça A Lua em 99.3.”

Na quinta feira na noite, chegaram piquetes de
policiais com ordem de allanar e fechar a radio. Em
menos de 10 minutos cinco mil pessoas faziam um cerco
protegendo a emissora.

O sábado foi convocado o “rolaço”. A população marchou
envolta em papel higiênico para limpar o governo do
“Sujo Gutiérrez”.

No domingo foi o “golpe de estadio”. Durante a partida
de futebol, as pessoas pediam aos gritos que todos os
políticos renunciassem. E do estadio, marcharam para o
Congresso.

VOZ DE PACO VELASCO

O Congresso se reuniu de urgência. O que não fizeram
em 4 meses, resolveram em 4 horas pela pressão do
povo: cessaram à Corte de Justiça nomeada a dedo pelo
presidente para que Bucaram e Novoa pudessem regressar
impunemente ao país.

Agora, a insurreição se extende a outras cidades:
Cuenca, Guayaquil, Ibarra, Otavalo, Riobamba. O povo
equatoriano tem experiência em derrubar presidentes
corruptos. Fará o mesmo agora com o deslúcido Lucio
Gutiérrez?

O governo cortou o sinal da Rádio A Lua. Mas nestes
instantes que escrevemos, milhares de cidadãos e
cidadãs se instaram ao redor da emissora. Levam
alimentos, cozinham na rua, protestam. Paco Velasco
recebe ameaças de morte contra si e seu filho.

RADIALISTAS expressa sua solidariedade com a digna e
indignada cidadania equatoriana e com A Lua FM, uma
emissora que se joga até a vida para defender os
valores da democracia e a justiça.

BIBLIOGRAFIA
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