CORRER E CONTAR
Cada pessoa tem direito a dizer quem toca e quem não a seu corpo.
EFEITO SOM DE ONIBUS
MARTA Oas sábados, quando termino minha aula de bailé, tomo o ônibus para ir voltar a minha casa. Subo, me sento e ponho-se a olhar pela janela. Entretenho-me vendo as pessoas e os carros que passam. Um dia estava tão distraída olhando pela janela, que não soube a que horas se sentou a meu lado um senhor… um senhor comum e corrente. Faltavam como umas 10 ou 12 quadras para chegar a minha casa, quando de repente, esse senhor , começou a tocar em minhas pernas dissimuladamente… Eu não sabia o que fazer de tanto susto. Como pude, me levantei, lhe pedi para que eu pudesse sair e, ao passar frente a ele, me pôs suas mánotas em meu traseiro. Senti uma raiva terrível mas eu saí correndo. Tropessei várias vezes e por sorte o ônibus parou logo em seguida.
EFEITO ÔNIBUS QUE PÁRA
MARTA Saltei e comecei minha corrida louca até chegar em minha casa. Eu sentia que esse senhor vinha me seguindo. Quando cheguei, minha mãe estava na porta molhando as flores do jardim. Ela que me cumprimenta e eu me coloquei a chorar com todas minhas forças.
MAMÃE Filha, o que está acontecendo com você?… Não chores… Fale , pelo amor de Deus…
MARTA (SOLUÇANDO) Foi terrível, mamãe á…
MAMÃE Que foi filha, conta-me?
MARTA Um senhor, mamãe , um senhor…
MAMÃE Um senhor que, filha? O que te fez?
MARTA Me tocou as pernas e me tocou meu traseiro…
MAMÃE Desgraçado…
MARTA Eu saí correndo tão pronto logo pude
MAMÃE Foste muito valente, filha…
MARTA Enquanto corria, pensava que em não contar isto a ninguém…só de pensar, eu sentia vergonha.
MAMÃE Vergonha? É ele quem deveria sentir vergonha, foi ele quem cometeu um abuso. Tu fizeste muito bem em fugir do lugar e em contar-me tudo… Obrigado por confiar em mim.
MARTA Minha mamãe disse oxalá as meninas e os meninos com os quais acontecem essas coisas, fizessem o mesmo que você fez: correr para fugir e contar para pedir ajuda. Ninguém, nem se quer meus familiares e meus amigos têm o directo de tocar em meu corpo contra a minha vontade. Ninguém, ninguém mesmo!
Gladys Herrera Patiño, Cuentos para Conversar, Edex, Bilbao.
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