NÃO À INTERVENÇÃO NA LÍBIA!

Radioclip en texto sin audio grabado.

O remédio da OTAN é pior que a doença Gaddafi.

Quem está tirando uma com a nossa cara, as Nações Unidas ou os aviões da OTAN?

Porque a resolução 1973 do Conselho de Segurança era para proteger a vida dos civis líbios bombardeados por Gaddafi. E agora, os aviões da França, Estados Unidos e Inglaterra estão lançando mísseis sobre aeroportos, estradas e pontes, até sobre o complexo residencial de Gaddafi, com uma quantidade ainda indeterminada de vítimas inocentes. É assim que se protegem civis, os matando?

Nos falaram de uma zona de exclusão aérea, isto é, impedir que os aviões de Gaddafi decolem para bombardear o seu próprio povo. Mas agora a zona de exclusão aérea, tornou-se, de fato, em zona de incursão aérea contra o exército e o governo de Gaddafi. Uma invasão militar, ainda sem tropas em terra.

Obama, Cameron e Sarkozy dizem que estão bombardeando a Líbia por “razões humanitárias”. Quem pode acreditar neles se são eles mesmos os que estão apoiando ditaduras igualmente cruéis como a do Bahrein e a do Yemen? Por que as Nações Unidas não decidem uma zona de exclusão aérea sobre estes dois países árabes? Será porque no Bahrein está a quinta frota estadunidense cuidando da passagem do petróleo? Será porque o Yemen é seu melhor bastão na “luta contra o terrorismo” da Al Qaeda, na retaguarda da Arábia Saudita?

No mesmo dia que aprovaram a resolução 1973 para deter o iminente massacre de Gaddafi contra a cidade de Bengasi, o presidente Abdalá Saleh, com mais de 30 anos no poder e grande aliado dos Estados Unidos, ordenava uma carnificina na capital do Yemen.

Se a OTAN é tão humanitária, por que não impôs uma zona de exclusão aérea quando em fins de 2008, Israel bombardeou Gaza, matou 1300 civis palestinos, a metade deles crianças, e destruiu mais de 20 mil edifícios?

Gaddafi é um ditador que bombardeia o seu próprio povo e deve renunciar o quanto antes. Foi antiimperialista há décadas, mas já faz um bom tempo que se converteu no melhor aliado dos Estados Unidos e da União Européia.

Gaddafi é um traidor que abandonou os árabes, incluindo os palestinos, e apoiou os piores ditadores africanos. Um ladrão que encheu as arcas de sua família com bilhões de petrodólares. (Será que os 200 bilhões congelados nos bancos europeus e estadunidenses, serão devolvidos ao povo líbio?)

Mas os que hoje exigem que Gaddafi caia fora – França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos – são os mesmos que antes o receberam com tapete vermelho, compraram petróleo dele e lhe venderam armas, as mesmas armas com que Gaddafi está massacrando agora o seu povo.

Gaddafi é carta fora do baralho para a Europa e os Estados Unidos. Precisam de um novo fantoche, alguém como Karzai no Afeganistão ou Al Maliki no Iraque. Um novo ditador, imposto por eles, para continuar controlando o petróleo líbio e neutralizando as rebeliões árabes.

RADIALISTAS repudia a ditadura de Gaddafi. E repudia com maior vigor a intervenção imperialista da OTAN na Líbia, dos que agora querem apresentar-se como salvadores do mundo árabe e há mais de 50 anos não movem um dedo diante do genocídio do povo palestino nas mãos de Israel.

A resolução 1973 das Nações Unidas era para evitar um massacre em Bengasi e em tantas cidades líbias rebeladas contra Gaddafi. Mas o que está fazendo a aviação da OTAN é outra coisa. É intervir militarmente no conflito e precipitar uma guerra civil. O remédio é pior que a doença.

Sanções contra Gaddafi, sim. Mas intervenção militar de outros países em uma nação soberana, não. Nunca.

Evo Morales pediu que retirem o Nobel da Paz de seu colega estadunidense Barack Obama. E que a “ONU” mude sua sigla para “ONI”: Organização das Nações Invasoras. Tem toda razão o presidente boliviano.

Equipe RADIALISTAS