O SAPO VERDE
Um poema para crianças que, sem querer querendo, procuram construir uma nova masculinidade.
Esse sapo verde
se esconde e se perde;
assim não o beija
nenhuma princesa.
Porque com um beijo
ele se tornará princeso
ou príncipe gato;
e quer ser sapo!
Não quer reinado,
nem trono dourado,
nem enorme castelo,
nem manto amarelo.
Não quer lacaios
nem três mil vassalos.
Quer ver a lua
lá da lagoa.
Uma madrugada
o encantou alguma fada;
e assim transformado:
sapo e encantado.
Aproveita de tudo:
se mete no lodo
saltando, só,
todo o protocolo.
E não lhe importa um pingo
se não está bonito
caçar um inseto;
que ninguém é perfeito!
Seu régio dossel?
Não se lembra dele.
Sua capa vermelha?
Prefere uma folha.
Seu elmo e seu escudo?
Prefere ficar desnudo.
A princesa Mirian?
Ele ama a uma rã.
A uma rã verde
que salta e se perde
e mira a lua
lá da lagoa.
BIBLIOGRAFIA
Carmen Gil, poesía de ¡Cuánto cuento!, Editorial Algar.
http://www.guiainfantil.com/1024/poesias-para-ninos-de-carmen-gil.html