OS DEMOCRÁTICOS (e 10)

Radioclip en texto sin audio grabado.

O mais apaixonado será o diretor ou a diretora. Gosta do que faz e o faz com gosto.

Por sorte, a maioria dos diretores e das diretoras não são como os caracterizados anteriormente nesta série. A maioria são boas pessoas, bons colegas, companheiros e companheiras que ensinam com o exemplo e dinamizam suas emissoras.

A melhor prova do que dizemos são as centenas de rádios comunitárias e populares, públicas e privadas, que florescem e dão os melhores frutos de um canto a outro de nossa Pátria Grande.

Estas diretoras e diretores democráticos sabem que sua primeira função na rádio, antes que as contas e os cabos, antes que os informes e as relações públicas, é a de ser animadores. Se a equipe não está motivada, de nada servirão os manuais de funcionamento, os memorandos nem as agendas. Porque a alma de uma rádio é sua equipe de trabalho. E essa equipe tem que estar apaixonada pelo que faz.

O mais apaixonado será o diretor ou a diretora. Gosta do que faz e o faz com gosto. E contagia a todo o pessoal a seu cargo com seu entusiasmo.

Não basta querer. Quem dirige deve saber diagnosticar, planificar, organizar, implementar e avaliar o projeto radiofônico. Deve ter clara sua estratégia de comunicação, partilhá-la e desenvolvê-la com toda a equipe.

Estes diretores democráticos sabem delegar tarefas e responsabilidades. Sua melhor qualidade é a capacidade de “fazer acontecer”. Para conseguir isto, conhecem e descobrem as potencialidades de cada um dos membros de sua equipe e sabem motivá-los.

Um diretor democrático é tão exigente com os demais como consigo mesmo. Se pede pontualidade, é o primeiro a chegar ao trabalho. Se pede disciplina, é a primeira que cumpre as normas que dá.

Não é psicólogo nem terapeuta, mas se cheira os conflitos no trabalho e os de relação. Quando estes estouram, sabe negociá-los e ajuda a solucioná-los.

Estes diretores e diretoras são gente de rádio. Sabem de rádio. E o que não sabem, perguntam e aprendem. Quando se equivocam, não têm temor de reconhecer seus erros.

Sabem tirar o melhor dos demais. Criam um ambiente de camaradagem e entusiasmo sem perder por isso sua autoridade. São lideranças naturais que inspiram confiança. E quem inspira não precisa dar ordens.

São criativos, lançam ideias audazes e propõem novos formatos. Mas o melhor é que sabem ouvir e tomar em conta as iniciativas dos demais. Por certo, nunca se apropriam das ideias alheias e sabem dar os créditos a quem é de direito.

Como líderes democráticos, promovem reuniões na emissora para debater a linha editorial, para capacitar-se através de bons textos. E não perdem oportunidade de fazer oficinas com a equipe para melhorar a qualidade da programação.

São pessoas de mente aberta. Progressistas. Se sua rádio tem que ser julgada pelo povo, lá estarão estes diretores e diretoras na primeira fila. Porque antes que radialistas são construtores de cidadania e lutadores pela justiça.