TERRORISMO MIDIÁTICO (4)

Radioclip en texto sin audio grabado.

ALGUMAS REGRAS INFALÍVEIS PARA A REDAÇÃO DE NOTÍCIAS SOBRE ORIENTE MÉDIO NOS GRANDES MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Os “critérios jornalísticos” que transcrevemos a seguir podem ser aplicados não somente à invasão de Israel contra Palestina, mas a dos Estados Unidos contra o Iraque e a todas as guerras que padecem os países empobrecidos nas mãos dos que enriqueceram as suas custas.

Convém conhecer estes critérios, cínicos e desavergonhados, porque são empregados por muitos dos grandes meios que se dizem “objetivos” e “imparciais”. Nisso consiste o terrorismo midiático.

ALGUMAS REGRAS INFALÍVEIS PARA A REDAÇÃO DE NOTÍCIAS SOBRE ORIENTEDIO NOS GRANDES MEIOS DE COMUNICAÇÃO

– No Oriente Próximo são sempre os árabes que atacam primeiro, e sempre é Israel que se defende. Essa defensa se chama “represália”.

– Nem árabes nem palestinos nem libaneses têm direito a matar civis. A isso chamamos “terrorismo”. Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama “legítima defensa”.

– Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que o faça com maior comedimento. Isso se chama “reação da comunidade internacional”.

– Nem palestinos nem libaneses têm direito de capturar soldados israelenses dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. A isso é preciso chamar de “sequestro de pessoas indefensas”.

– Israel tem o direito de sequestrar a qualquer hora e em qualquer lugar a quantos palestinos e libaneses desejarem. Sua cifra atual ronda em torno 10 mil, dos quais 300 são crianças, e mil mulheres. Não é preciso prova alguma de culpabilidade. Israel tem direito a manter sequestrados presos indefinidamente, sejam autoridades democraticamente eleitas pelos palestinos. A isso se chama “encarceramento de terroristas”.

– Quando se menciona a palavra “Hezbollah”, é obrigatório acrescentar na mesma frase “apoiados e financiados pela Síria e pelo Iran”.

– Quando se menciona “Israel”, está terminantemente proibido acrescentar: “apoiados e financiados pelos EUA”. Isso poderia dar a impressão de que o conflito é desigual e de que a existência de Israel não corre perigo.

– Em informações sobre Israel, há que evitar sempre que apareçam as seguintes locuções: “Territórios ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações dos Direitos Humanos” e “Convenção de Genebra”.

– Os palestinos, assim como os libaneses, são sempre “covardes” que se escondem entre uma população civil que “não os quer”. Se dormem em casa com suas famílias, isso tem um nome: “covardia”. Israel tem direito de aniquilar com bombas e mísseis aos bairros onde dormem. A isso se chama “ação cirúrgica de alta precisão”.

– Os israelenses falam melhor inglês, francês, castelhano ou português que os árabes. Por isso merecem ser entrevistados com maior frequência e ter mais oportunidades que os árabes para explicar ao grande público as presentes regras de redação (da 1 a 10). A isso se chama “neutralidade jornalística”.

– Todas as pessoas que não estão de acordo com as sobreditas Regras, são, e assim deve fazer-se constar, “terroristas anti-semitas de alta periculosidade”.

BIBLIOGRAFÍA
Autor anônimo, http://www.tu.tv/videos/las-reglas-del-terrorismo-mediatico-capi