BONDADE, VERDADE E BELEZA (2)
O tês grandes gêneros radiofônicos e seus respectivos formatos.
Antes, chegavas a uma emissora e encontravas três ambientes bem definidos: o estúdio de gravação para o elenco dramático, a sala de imprensa para os repórteres, e a discoteca. Os três gêneros fundacionais da produção radiofônica foram esses: DRAMÁTICO, JORNALÍSTICO e MUSICAL.
Sem descuidar as outras duas perspectivas de classificação —intenções e públicos— vamos aproximar-nos um pouco mais destes três grandes gêneros que articularam o trabalho da radiodifusão desde seu inicio.
GÊNERO DRAMÁTICO
O gênero dramático tem relação com os valores, com a ética. Quem teve a culpa, quem tem a razão ? Quem é o mau e quem é o bom?
O drama é um gênero de "ficção ". Muitas vezes se inspira em fatos reais, mas trabalha com "o que poderia passar".Isso sim, ainda que estejamos no terreno da imaginação, a ação que se representa deve ser "verossímil" , pode ter acontecido. Deve ser credível.
Quanto aos FORMATOS, o gênero dramático abarca bastantes e variados:
– Na FORMA TEATRAL, temos os radioteatros, radionovelas, séries, sócio dramas, sketches cômicos, personificações, cenas, diálogos e monólogos de personagens…
– Na FORMA NARRATIVA, estão os contos, lendas, tradições, mitos, fábulas, parábolas, relatos históricos, piadas…
– Nas FORMAS COMBINADAS (quando se cruza com outros gêneros), aparecem as notícias dramatizadas, cartas dramatizadas, poemas vivos, histórias de canções e radioclips, testemunhos com reconstrução de fatos…
GÊNERO JORNALÍSTICO
O gênero jornalístico se vincula com a realidade, com os acontecimentos concretos. A quem lhe ocorreu o quê? A notícia quer alcançar a verdade dos fatos.
Estamos diante de um gênero documental: se mostra e se demonstra "o que aconteceu". A informação que se apresenta deve ser "verídica".
O gênero jornalístico também abarca muitos FORMATOS:
– No JORNALISMO INFORMATIVO estão as notas simples e ampliadas, crônicas, semelhanças, boletins, entrevistas individuais e coletivas, mesa redonda de entrevistas, reportagens e correspondentes…
– No JORNALISMO DE OPINIÃO temos comentários e editoriais, debates, painéis e mesas redondas, pesquisas, entrevistas de profundidade, palestras, conversas, polêmicas…
– No JORNALISMO INTERPRETATIVO e de INVESTIGAÇÃO O formato que mais se trabalha é a reportagem.
– No JORNALISMO DE INTERMEDIAÇÃO são os programas de denúncias, altamente interativos, os que prevalecem.
GÊNERO MUSICAL
Se os gêneros anteriores se ocupavam da bondade e da verdade, o gênero musical tem relação com a beleza, com a estética, a expressão mais pura e espontânea dos sentimentos. Que motivos não se motivam com uns melancólicos acordes? Que amor não se canta, que despeito não se transforma em tango ou em rancheira?
O gênero musical pode-se dividir em diferentes SUBGÊNEROS, os mesmos que servem para classificar ordinariamente nossas discotecas: MÚSICA POPULAR, CLÁSSICA, MODERNA, DAÇÁVEL, FOLCLÓRICA, INSTRUMENTAL, INFANTIL, RELIGIOSA…
Também são múltiplos os FORMATOS do gênero musical: programas de variedades musicais, estréias, música de recordação, programas de um só ritmo, programas de um só intérprete, recitais, festivais, rankings, complacências…
E, seguramente, qual é o melhor formato? Isso o veremos na próxima.