CONSELHOS TÉCNICOS PARA A PRODUÇÃO DE RÁDIO

Radioclip en texto sin audio grabado.

Critérios para a seleção de vozes, fundos musicais e efeitos de som.

Vozes, música e efeitos. São os três ingredientes principais de toda produção radiofônica, os elementos da chamada “linguagem radiofônica”, a tríplece Voz da Rádio.

Mas, como elegê-los de forma adequada?

1. As tomadas de voz

Nas gravações nunca se faz só uma tomada, sempre gravamos duas ou três. Procure a que esteja com a melhor entonação, com mais ritmo, sem falhas na pronúncia. Às vezes, convém tomar umas frases da primeira tomada e outras da segunda. E até uma palavra mal dita pode ser substituída por uma de outra tomada.

Se nas gravações entraram ruídos, com o editor de áudio os eliminará. De igual maneira, apague as respirações que ficam entre as frases dos locutores, mas não por completo. É melhor que selecione a parte onde respira e baixe o volume a –25 db. Se eliminar por completo o volume, se ouvirão como saltos ou vazios e terá sido pior o remédio que a doença. Este conselho de eliminar respirações se aplica para as locuções mas não nas cenas. Isso tiraria o realismo da interpretação.

Unifique e normalize os volumes, de tal forma que não se escute grandes diferenças de som entre locuções dramatizadas e faladas.

2. Procurar as cortinas e os fundos

A música dá a emoção e o calor a uma produção. As cortinas que separam as cenas e os fundos musicais imprimem sentimento e ritmo à produção. Não poupe tempo nisto. Às vezes, passamos um par de horas para eleger um fundo musical e sentimos que perdemos tempo, mas é possível que, da eleição desse fundo, dependa a qualidade da produção.

As eleja com cuidado. Não teria sentido que uma cena ambientada em Caracas tivesse de fundo um huayno da serra peruana. Tampouco uma música romântica acompanhará a cena de um crime. Parecem coisas óbvias, mas muitas vezes a pressa nos faz escorregar nestes detalhes.

Que não sejam muito conhecidas. Se usamos o fundo do filme do Super-homem, logo traremos o super-herói à memória do ouvinte e ele não prestará atenção na mensagem que queremos transmitir. Se, ao invés disso, queremos recriar uma cena para ridicularizar a um homem machista que se acha um super-herói, é uma boa ideia usá-la e que a mulher lhe responda: não queremos super-homens, apenas homens que nos respeitem.

Que nunca roubem o show. Chamamos de fundo musical, justamente porque devem ficar neste lugar, no fundo. A música reforça uma mensagem, mas não é a mensagem. Só passará ao primeiro plano quando sirva de transição entre uma cena e outra (o que chamamos “cortinas”). Enquanto os atores ou locutoras estão falando, a música nunca estará tão alta que não deixe entender o que dizem.

Preferivelmente instrumentais. A música cantada distrai, sobretudo, se é conhecida. As pessoas, ao ouvi-la, começaram a cantarolar sem prestar atenção na produção. Em alguns casos nos valeremos de estrofes cantadas para uma cunha ou um radioclip, mas isso é outra história. Aqui, o tema musical deixa de ser um acompanhamento para protagonizar a cunha. Por exemplo, começar um spot ecológico com a estrofe da cantora espanhola Bebe: A Terra tem febre precisa de remédio e um pouquinho de amor que cure a dorzinha que tem…

Músicas e fundos livres: Há uma longa lista de páginas que oferecem cortinas aqui: http://www.analfatecnicos.net/pregunta.php?id=99

3. Selecionar os efeitos

Busca efeitos sonoros que soem reais e não abuse deles. Grave sempre as risadas, choros e soluços com os mesmos atores e locutoras. Nunca os acrescente depois com efeitos pré-gravados. Ficaram muito falsos.

Se quiser saber mais sobre os efeitos, leia o radioclip Artesãos da imaginação e o capítulo Efeitos e Defeitos do Manual Urgente de Radialistas Apaixonadas e Apaixonados que está completo aqui.

BIBLIOGRAFÍA
Manual para Radialistas Analfatécnicos, de Santiago García Gago.www.analfatecnicos.net Uma produção de Radialistas.net e UNESCO.