CONTO CONTIGO (2)
As 5 dicas que faltam para aprender a narrar a viva voz e com todo o corpo.
No radioclip anterior vimos cinco dicas para aprender a narrar a viva voz e com todo o corpo. Para completar este Decálogo da Narração Oral, aqui vão mais 5.
Sexta dica
O público é teu cúmplice. Você conta para ele. Por isso, envolva-o na narração, comunique teus sentimentos através do olhar, invente frases ou pedaços de canções que ele poça repetir. Faça perguntas que o público possa responder. Que o público seja protagonista da história!
E não só com palavras, mas também com objetos. Por exemplo, se você precisa de um chapéu para contar um conto, pegue-o, com respeito, da cabeça de um amigo presente. Se você quer um lenço para se disfarçar de vovozinha, peça-o para a uma garota que esteja em sua frente. Estas pessoas se sentirão parte da narração que estão escutando. E todo o público prestará mais atenção.
Sétima dica
Todas e todos podemos brincar com os tons de nossa voz. Pelo menos, podemos usar três diferentes: nossa voz normal que pode servir para o narrador ou narradora, uma mais aguda e uma mais grave. Se subimos o tom, faremos nossa voz mais aguda e poderemos falar como uma formiga. Mas se a baixamos, nossa voz soará mais grave e falaremos como um formigão.
Se você praticar cinco minutos diários, brincando com os tons e os ritmos, em pouco tempo poderá ter muitas vozes para alimentar com personagens o teu conto.
Oitava dica
Quando contar, respire profundo e faça pausas. Dê tempo para as pessoas rirem, para que aproveitem. E quando voltem a fazer silêncio, continue desenhando com palavras a história que você está contando.
Nona dica
Ensaie antes de se apresentar em público ou de ir ao ar na rádio. Este esforço prévio será recompensado com os aplausos e o reconhecimento da audiência.
Se for usar uma cadeira, procure ensaiar com ela para conseguir o controle desse elemento. Se no conto você vai coroar como um rei, ensaie os movimentos com a coroa, para que não acabe com a coroa rodando no chão em vez de ficar na tua cabeça.
Nos ensaios, conte o conto em voz alta. Conte-o para criança que levamos dentro de nós ou a outra pessoa. Se você gravar e escutar, poderá apreciar tua entonação, modulação de voz, ritmo e grau de assimilação do conto.
Crie um ambiente propício para narrar. Se for possível, reúna o teu público em uma meia lua, o mais próximo de você. Se o conto for de amor, pode-se usar um incenso sensual. Se o conto é de terror, pode-se colocar uma vela no centro e apagar as demais luzes.
Décima dica
Se conta na rádio, pode-se colocar pessoas na cabine ou fotografias que te ajudem a imaginar o público. Também deve brincar com os diferentes planos para “dar movimento” aos personagens. No conto “Teu defunto e o meu”, o homem se aproxima do chinês para lhe perguntar sobre o arroz passando de terceiro a primeiro plano.
Também no rádio pode-se usar música e efeitos. Ambientarás nosso conto com música chinesa e passos sobre a grama. Os fundos musicais e os efeitos de som encherão de magia a narração e a contextualizaram as cenas.
Se quiser mais dicas para narrar… veja estes vídeos!
Memória coletiva do grupo de produtores e produtoras de rádios comunitárias de Amazonas, Venezuela.
A arte cênica de narrar contos de Francisco Garzón Céspedes.