GOLEADA DE HONDURAS
Já passou um ano desde o golpe militar em Honduras.
A seleção de futebol de Honduras classificou-se para Copa da África do Sul. E enquanto os desabrigados do tornado Ágatha ainda estão nos albergues, o presidente Porfirio Lobo, sua família e seu séquito oficial, utilizando dinheiro público, preferiram desfrutar as partidos da Copa do Mundo.
Não importa. Porque a verdadeira seleção hondurenha não é a que viajou para África do Sul, mas a que continua marcando gols nas ruas de Tegucigalpa, de San Pedro Sula, de Choluteca e El Progreso, nas cidades e campos deste valente país centro-americano.
Há um ano, 28 junho 2009, a cúpula militar hondurenha, com o respaldo da oligarquia e da embaixada dos Estados Unidos, invadiu a residência do presidente constitucional Manuel Zelaya e, na ponta da pistola, o deteve e expulsou do país.
Depois de meses de repressão e intolerância, em 29 de novembro se celebraram eleições gerais. Ganhou a abstenção com mais de 50%. Mas o golpista Micheletti entregou a faixa presidencial a Porfirio Lobo, um fantoche dos poderes fáticos e dos interesses norte-americanos.
Um ano de resistência popular. Desde o primeiro dia do golpe, hondurenhas e hondurenhos se lançaram às ruas para exigir o restabelecimento da democracia. Um ano de marchas, de protestos, uma goleada de dignidade.
Um ano também de violação aos Diretos Humanos e assassinatos seletivos. Nove jornalistas foram baleados nestes últimos meses. Centenas de pessoas tiveram que fugir do país. Se no governo de Hugo Chávez tivessem sido assassinados nove jornalistas, os gritos da SIP e da AIR e dos “defensores da liberdade de expressão” teriam chegado ao céu. Mas sobre a situação de Honduras preferem guardar silêncio.
Honduras, um dos países mais pobres e desiguais da América Latina. 54% da população encontra-se em situação de pobreza extrema e há 25% de analfabetismo. 10% da população concentra a metade da riqueza nacional.
Desde Rádio Progreso, emissora livre e libertadora, nos enviam um programa satírico ao cumprir-se o primeiro ano do golpe militar. Como os golpistas dizem que em Honduras “não acontece nada”… o informativo se chama NOTINADA.
Desde RADIALISTAS, continuamos denunciando o golpe militar contra o presidente Zelaya, continuamos rechaçando o governo ilegítimo de Porfirio Lobo, continuamos exigindo uma Assembleia Constituinte, e continuamos confiando na resistência heróica do povo hondurenho.
Uma saudação latino-americana, irmãs e irmãos catrachos!
Equipe RADIALISTAS