O ODOR DOS CRISANTEMOS (2)
Uma lenda de terror conhecida em vários países. Segunda parte.
EFEITO CARRO ARRANCA
NARRADOR Daniel ligou o carro quando viu que a jovem entrava naquela casa humilde, de madeira, situada a pouca distância da tapia maior do cemintério… Em pouco menos de uma hora chegou à cidade mais próxima, onde vivia.
CONTROL MÚSICA ALEGRE
EFEITO PASSARINHOS
NARRADOR Na manhã seguinte, com um sol esplêndido e o ar lavado pelo aguaceiro da noite anterior, Daniel inventou uma desculpa para não assistir ao trabalho. Só pensava naquela moça, formosa e pálida, que havia conhecido no bar do povo. Não podia esperar à noite para visitá-la.
DANIEL E tenho que pedir-lhe minha jaqueta!
EFEITO AUTO
NARRADOR Em poucos minutos, entrou pela estrada antiga, a que beira o cemintério…
EFEITO CHIADO DE FREIOS
DANIEL Caramba, todavia está escorregadia…
NARRADOR Na estrada não havia uma viva alma. No horizonte, todavia nebuloso, não se alcançava a ver nenhuma casa…
DANIEL Era um pouco mais além… Depois daquela curva… A ver… Sim, naquela casinha… Aí vive…
EFEITO APAGA MOTOR, TOCA A PORTA E PASSOS
ANCIÃ Quem é você?… O que deseja, rapaz?
DANIEL Procuro a sua filha, senhora…
ANCIÃ A minha filha?
DANIEL Bom, não sei se será sua filha… ou sua sobrinha…ou sua neta…
ANCIÃ Eu vivo só, rapaz. Faz muitos anos que vivo só nesta casa.
DANIEL Deve haver uma confusão. Anoite, em meio do aguaceiro, trouxe aqui uma moça muito bonita…Até lhe emprestei minha jaqueta que prometeu devolví-la a mim…
ANCIÃ Minha filha Ana Maria era muito bonita. Morreu num acidente faz 22 anos.
DANIEL Morreu?… Não pode ser…Eu estive anoite conversando com ela… Ficamos em sair hoje…
ANCIÃ Não acredita no que falo?… Vá ao cemintério… Ao fundo, detrás dos nichos… uma lápida de mármore branco…
CONTROL MÚSICA SUSPENSE
EFEITO PASSOS SOBRE ERVA
NARRADOR Daniel caminhou de pressa para o pequeno cemintério daquele povoado esquecido. Atravessou a oxidada velha, buscou entre as tumbas… Seus olhos se cravaram numa delas, ao fundo… O vento era frio e lhe trazia um aroma dulzón de crisantemos…
DANIEL É ela…
NARRADOR Sobre a última tumba, estava o retrato, descolorido pelo tempo, de uma Formosa moça. A inscrição dizia: "A minha filha Ana Maria. Nunca estará só." E a data de sua morte, fazia 22 anos.
DANNIEL Não pode ser… Se eu…
NARRADOR Então, se deu conta. Sobre a lousa branca, estava sua jaqueta, cuidadosamente dobrada, todavia úmida pela chuva da noite.
CONTROL GOLPE MUSICAL
NARRADOR Daniel se inclinou para apanhar a jaqueta… e foi se distanciando sem fazer ruído pelo caminho de barro… A suas costas, parecia escutar a advertência:
MOÇA Tenha cuidado na estrada…
CONTROL MÚSICA SUSPENSE
NARRADOR Daniel voltou ao carro, pôs a jaqueta do seu lado, e avançou sobre a estrada solitária… Numa das curvas mais perigosas, lhe chegou um odor, dulzón e penetrante, de crisantemos.
CONTROL MÚSICA DRAMÁTICA
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