UM DIA NA VIDA DE LUCY

Radioclip en texto sin audio grabado.

Um conto produzido por Confie sobre os jovens e a sexualidade.

NARRADORA Lucy se levantou cedinho naquela manhã para ir ao colégio. Queria falar com urgência com sua melhor amiga, Carla.

LUCY Tenho que te contar algo, amiga. Estou apaixonada e André também me ama.

CARLA André? O garoto do instituto da frente?

LUCY Sim.

CARLA É simpático, mas um pouco velho para ti.

LUCY Está louca? Se ele só tem 18 anos.

CARLA E você tem 13. É um velho, se liga.

LUCY Está com inveja porque não foi atrás de você.

CARLA De mim? Nem morta o aceitaria. Mas diga, me conte como foi.

NARRADORA As horas da aula passaram lentamente para Lucy. Estava chateada e sua mente voava. Na saída encontraria com André. Quando soou o sinal, Lucy saiu correndo até o parque próximo onde seu gato a esperava.

LUCY Olá, André… Dé.

ANDRÉ Olá, gatinha. Que milagre não veio junto com a chata da Carla.

LUCY O que disse, Dé? Ela é minha melhor amiga.

ANDRÉ Uma metida. Vamos pra lá?

LUCY Aonde?

ANDRÉ Pra lá. No parque tem um lugarzinho escondido. Vamos.

LUCY Não, por aqui mesmo.

ANDRÉ Não seja tonta, Lucy. Lá estaremos sós… sozinhos.

LUCY Mas só um pouquinho. Tenho que chegar cedo em casa.

NARRADORA Lucy não queria parecer uma menina assustada, então seguiu André. De todo modo, era seu namorado.

LUCY Ai, Dé. Me deixa, me deixa Dé.

ANDRÉ Um pouquinho mais. Não vai te acontecer nada.

LUCY Eu tenho que ir. Me solte.

ANDRÉ Não gosta? Vem cá, gostosa.

LUCY Não me toque assim…

ANDRÉ Você é ou não minha namorada?

LUCY Sim, mas eu não…

ANDRÉ Você é uma mosca morta. E eu achando que você me amava.

LUCY Mas, André. Eu te amo, mas…

ANDRÉ Melhor que vá embora. Voa. E se quiser ser minha mina aprenda a se comportar. Eu quero uma namorada de verdade.

NARRADORA Lucy não entendeu nada. Ela estava apaixonada, mas André queria tudo muito rápido. Quando chegou em sua casa, ouviu a televisão ligada.

LUCY É ele. Outra vez se meteu em minha casa… O que faz aqui?

HOMEM Esperando a tua mãe, filhinha.

LUCY Filhinha?

HOMEM Não me cumprimenta?… Lembre-se que logo serei seu pai.

LUCY Me deixe!

HOMEM Que garota malcriada! Só quero te dar um beijinho paternal.

LUCY Me solte, estúpido!

HOMEM Vem cá, gostosa…

LUCY Te odeio. Contarei para minha mãe.

NARRADORA Lucy saiu de sua casa. Não queria ficar com o namorado de sua mãe. Sentia repulsa quando ele a abraçava, quando lhe beijava… Sua mãe pensava que sua repulsa ao homem era por puro ciúmes.

MÃE Não seja malcriada, Lucy

NARRADORA Lucy foi procurar suas amigas do colégio. Não encontrou Carla, mas sim outras garotas que a convidaram para uma festa.

LUCY Neste bar?

GAROTA Por que não? Não seja sonsa, tem uns garotos gatíssimos.

OUTRA GAROTA Saúde, Lucy!

LUCY Não, não quero…

GAROTO Você não vai me desprezar.

LUCY Não quero.

GAROTO Ei, garotas. Para que convidaram uma bebezinha? Não bebe, não dança, não sabe o jogo da garrafa.

NARRADORA Sua amiga Carla chegou nesse momento…

CARLA Lucy, o que você faz aqui?

LUCY Carla, fui te procurar em casa.

CARLA Estos são uns perdidos, Lucy. Vamos.

GAROTOS E GAROTAS O que você tem, sua louca? Deixe que ela já é grande. Não enche, sua santinha.

CARLA Vamos sair da aqui, Lucy.

GAROTOS E GAROTAS Uuuuh!

NARRADORA Já era tarde quando saíram do bar. Lucy estava triste…

CARLA Me conte, Lucy, o que aconteceu com você? Eu também fui te procurar em tua casa.

LUCY O Dé quer que eu fique com ele.

CARLA Ficar de ir para cama com ele?

LUCY Pois… é. E ficou chateado quando eu disse que não.

CARLA Que estúpido! Deixe-o. É um safado.

LUCY Mas isso não é tudo. O “namorado” de minha mãe é um sem-vergonha, todo o tempo quer me beijar. Me dá asco.

CARLA Conte para a tua mãe.

LUCY Mas ela acredita nele.

CARLA Ai, Lucy. E ainda por cima você vai se meter com aqueles malandros. Que bicho que te mordeu hoje, hein?

LUCY Carla, obrigada por vir me buscar. Não sabia o que fazer, queria esquecer os problemas, me divertir.

CARLA Entendo. Na minha casa tenho um filme bem legal. Assistimos até que sua mãe volte, quer?

NARRADORA O dia tinha sido longo demais para Lucy. Primeiro, André… depois, o namorado de sua mãe, e agora os amigos no bar…

LUCY Ah, Carla. Por que você não é minha irmã? Te amo muito.

NARRADORA Menos mal que tinha Carla, sua amiga da alma.


GUIA DE USO
PREGUNTAS PARA O DIÁLOGO:

– Identificar na história quais são as situações de risco para as garotas. Quais são para os garotos?

– Como são tuas amigas e teus amigos? Suas diversões, seus interesses.

– Como diferenciar o amor do sexo?

– Com que pessoas adultas, familiares, professores, você tem confiança para falar de teus problemas?

ATIVIDADES COMPLEMENTARES:

Dinâmica: Direitos sexuais e direitos reprodutivos de garotos e garotas.

Preparar cartões com palavras relacionadas com os direitos sexuais e reprodutivos dos jovens: Direitos, Equidade, Liberdade, Respeito mútuo, Violência, Não-violência, Gênero, Preconceitos, Igualdade, Culpas, Prazer, Não discriminação, Obrigatório, Educação sexual, Identidade sexual, Intimidade, Acessível, Oportuno, Responsabilidade, Anticoncepção.

Se entrega uma ou mais cartolinas a cada jovem para que diga o que entende. Se não conhece seu significado, o educador ou educadora faz isso

Depois, a pessoa que conduz a dinâmica explica de forma simples o significado de direitos humanos e de direitos sexuais e reprodutivos, estabelecendo a relação entre ambos os conceitos.

Sobre as explicações, cada grupo elaborará um cartaz que promova vários direitos sexuais e reprodutivos. Cada cartaz será feito apenas com desenhos.

Por último, serão os demais quem “lerão” e terão de explicar as mensagens dos cartazes.

A pessoa que dirige deve promover o debate e ir analisando em plenária quais são os maiores problemas e como solucionar cada um deles.

Dinâmica: O semáforo: parar a tempo para evitar riscos.

Se preparam imagens representando distintas situações de risco para garotas e garotos e adesivos de cor vermelha, laranja e verde.

Se divide o grupo em subgrupos.

A cada subgrupo se distribui algumas imagens e os adesivos.

Cada subgrupo associará uma cor a cada imagem em uma escala de risco que vai de vermelho (para o maior risco), amarelo (para a possibilidade de risco segundo as circunstâncias) e verde (para os casos nos quais não existe nenhum risco).

Cada subgrupo põe em comum com os outros suas imagens e discutem até chegar a unificar os critérios de risco.

Quem dirige deve promover o debate e ir analisando com os/as participantes quais são os maiores problemas e como solucionar cada um deles.

3. CONCEITOS PARA TRABALHAR AS ATIVIDADES COMPLEMENTARES:

-Sexualidade

Quando falamos de sexualidade, o que nos vem à cabeça?

O prazer e o amor

Ter sexo, beijar, acariciar

Emoções e sentimentos

Comunicar-se com o corpo, sem palavras

Imagens eróticas e sensuais

Sentir bem quando nos tocamos.

Sexualidade é tudo isso e mais. São as formas como nos comunicamos com outras

pessoas afetivamente importantes para nós, buscando intimidade, carinho,

prazer. São nossas condutas como a sedução, os desejos e prazeres eróticos,

de acordo com a cultura em que vivemos.

-Direitos Humanos

São os direitos que possuem todas as pessoas pelo puro feito de existir. São exigências que garantem a todos os seres humanos uma vida digna com base no respeito, a igualdade, a liberdade e a solidariedade. É importante conhecê-los, exigi-los, respeitá-los e fazer serem respeitados. O Estado avaliza e vigia seu cumprimento, portanto, as leis nos amparam para sua aplicação.

-Os Direitos Sexuais e Reprodutivos

Têm como fundamento os Direitos Humanos, especialmente em seus princípios de respeito, liberdade e igualdade. Estes Direitos garantem aos homens e as mulheres o poder decidir de forma livre e responsável sobre o corpo, a sexualidade e a reprodução. Estão dirigidos igualmente a homens e mulheres. É necessário conhecê-los e aplicá-los em vista do alto nível de violência que se apresentam nas relações sexuais.

-Direitos reprodutivos

São aqueles pelos quais todos os casais e indivíduos podem decidir de forma responsável e livre o número de filhos, o espaçamento dos nascimentos, assim como dispor da informação e dos meios para isso, alcançando o nível mais elevado de saúde sexual e reprodutiva.

-Direitos sexuais

São todas aquelas condições materiais, físicas, emocionais e sociais que permitem a mulheres e homens desfrutar do prazer e de sua sexualidade sem nenhum risco de doenças, coação ou violência, nem de procriar se assim não for seu desejo.

BIBLIOGRAFÍA
Una producción de CONFIE, con el apoyo de la Asociación Huauquipura y el financiamiento de la Diputación del Gobierno de Aragón para la “Implementación del Sistema de Calidad CONFIE , de persona a persona”. info@confie.org.ec