UMA MINA ASSASSINA (1)

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Uma entrevista sobre a mineradora depredadora no distrito salvadorenho de Cabañas.

O distrito de Cabañas, em El Salvador, está situado sobre a rota do chamado Cinturão de Ouro da América Central, que entesoura mais de 10 milhões de onças deste cobiçado metal.

Em 2004, a mineradora canadense Pacific RIM obteve a licença de exploração em Cabañas. As comunidades compreenderam rapidamente o desastre ambiental que causaria esta empresa. Para tirar o ouro, a Pacific RIM necessitaria de um milhão de litros de água diários, a mesma quantidade que consome uma família durante 20 anos. Atualmente, em Sensuntepeque, cabeceira departamental de Cabañas, a água potável chega só uma vez por semana.

Para separar o ouro da pedra, a empresa empregaria duas toneladas diárias de cianureto. Este veneno está proibido em vários estados do Canadá e Estados Unidos pelos graves danos que causa à saúde das pessoas.

O cianureto contaminaria a água potável, afetando quase a metade do país, que depende do rio Lempa, o maior de El Salvador, perto do qual se localizam os projetos mineiros.

Por tudo isto, as comunidades disseram NÃO à mineradora. La Pacific RIM se dedicou, então, a chantagear e subornar as autoridades locais. A se disfarçar de “mineradora verde”. Como suas artimanhas não convenciam a ninguém, empregou outras medidas mais violentas.

A partir de 2009, começaram os assassinatos de dirigentes opostos a mineradora. Em junho, desapareceu Marcelo Rivera, dirigente da resistência, e dias depois seu cadáver foi encontrado em um poço, onde o jogaram depois de torturá-lo.

Outros crimes foram se sucedendo. Ramiro Rivera recebeu oito disparos pelas costas. Felícita Echeverría, assassinada. Dora Alicia Sorto, companheira de José Santos Ramírez, diretor do Comitê Ambiental de Cabañas, também assassinada. E assim, se foram somando atos violentos contra os dirigentes anti-mineradora.

Em Cabañas e no meio desta luta se encontra Rádio Victoria, uma emissora comunitária levada adiante por um valente grupo de jovens que não se deixaram subornar pela empresa e estão tendo que suportar ameaças de todo tipo.

RADIALISTAS conversou com uma jornalista desta rádio. Reservamos seu nome por causa do perigo. Em duas entregas lhes oferecemos a entrevista onde se explica a grave situação que se vive em Cabañas desde que a Pacific RIM chegou.

O que acontece em El Salvador acontece em quase todos os países da América Latina, do México até Argentina. Empresas mineradoras transnacionais, canadenses e estadunidenses, que não respeitam a Natureza nem a suas populações. Que depredam nossos recursos naturais e deixam umas ridículas regalias para contentar aos governos traidores. Minas que contaminam e que assassinam.

 

ENTREVISTA COM A JORNALISTA SALVADORENHA DA RÁDIO VICTORIA. Primera Parte

BIBLIOGRAFÍA
A canção Basta Ya da cruzada argentina Artistas Unidos pela Vida promovida pela ong Consciência Solidária http://www.youtube.com/watch?v=wRo-VUu351g