UMA MULHER COM MUITA SAIA (2)
Ramona, comandante do Exército Zapatista de Libertação Nacional.
NARRADOR O Exército Zapatista apareceu no cenário público em 1º. de janeiro de 1994, depois da assinatura do Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos e Canadá. Millares de homens e mulheres indígenas se mobilizaram e tomaram s capitais municipais em Chiapas.
INDÍGENA Em janeiro de 1994 levantamos nossa voz para dizer JÁ BASTA. Por isso, irmãs e irmãos, lutemos todos juntos, sem descansar, até conseguir o reconhecimento de nossos direitos.
CONTROL MARCHA ZAPATISTA
NARRADOR A resposta do governo mexicano foi violenta: assassinatos, desaparições forçadas, violações, quema de casas, saques, incêndios de sementes e colheitas. Nenhum diálogo, nenhum respeito aos acordos de Santo André. E menos todavia, a paz.
EFEITO METRALHADORAS, GRITOS
NARRADOR Em 1996, o EZLN recebeu um convite do Congresso Nacional Indígena para celebrar, na cidade do México, o 504 aniversário da resistência indígena.
MARCOS Deve ir uma mulher, a Comandante Ramona.
NARRADOR Desde a Selva Lacandona saiu a Comandante Ramona. Ia com os membros da Comissão de Concórdia e Pacificação, rumo à Cidade do México.
MARCOS Com ela vai o coração da EZLN.
CONTROL CANÇÃO SOU RAMONA
PERIODISTA Hoje, 12 de outubro, estamos no Zócalo, o centro da Cidade do México. Chegaram milhares de indígenas de todo o país. Neste momento se anuncia presença da Comandante Ramona. É a primeira que um integrante da direção zapatista sai da zona de conflito.
EFEITO MITIN E VOZES
NARRADOR Ante mais de cem mil pessoas, pronunciou um histórico discurso.
RAMONA Irmãos e irmãs mexicanos. Eu sou a Comandante Ramona do Exército Zapatista de Libertação Nacional. Sou o primeiro de muitos passos dos zapatistas ao Distrito Federal e a todos os lugares do México. Esperamos que vocês caminhem juntos conosco.
EFEITO APLAUSOS
RAMONA Nunca mais um México sem nós!
MANIFESTAÇÃO Todos somos Ramona!
RAMONA Nunca mais um México sem nós!
MANIFESTAÇÃO Todas somos Ramona!
NARRADOR Para então, a Comandante Ramona já estava doente. Um câncer nos rins golpeava sua saúde a anos, sem derrotá-la nem tirá-la da luta revolucionária.
CONTROL CANÇÃO SOU RAMONA
NARRADOR Em 1999, cinco mil zapatistas se mobilizaram por todo o país para organizar a Consulta Nacional pelos Direitos e a Cultura Indígena. Conseguiram 3 milhões de votos a favor dos Acordos de Santo André e o fim da guerra de extermínio contra a população indígena.
EFEITO METRALHADORA
NARRADOR Ao mesmo tempo, o governo do PRI cercou em Chiapas 50 mil efetivos militares. A resposta era a mesma de sempre: repressão contra os indígenas.
CONTROL MARCHA ZAPATISTA
NARRADOR Na difícil história do exército zapatista, as mulheres se mantiveram sempre firmes, tal como ensinva a Comandante Ramona.
CONTROL Discursos, audio 9803 Rosalinda
INFÍGENA Somos fortes para lutar. Sabemos que resistimos 10 anos nesta luta. Mesmo sofrendo, estamos dispostos a continuar lutando. Sabemos que sim podemos. – 2.30 Não se assustem pelas ameaças nem da perseguição dos maus governantes. Nossa principal arma de luta é nossa resistência. – 0.19 É toda minha palavra. Desde as montanhas do sul leste mexicano, pelo Comitê Clandestino Revolucionário Indígena, Direção Geral do Exército Zapatista de Libertação Nacional.
CONTROL CANÇÃO DE MULHERES ZAPATISTAS
NARRADOR Aos onze anos de luta pública, em junho de 2005, o EZLN, lançou uma nova iniciativa: a Sexta Declaração da Selva Lacandona e A Outra Campanha.
CONTROL MÚSICA CHIAPAS
NARRADOR A Comandante Ramona já não pode participar nesta campanha. Estava muito doente.
CONTROL MÚSICA CHIAPAS
NARRADOR O subcomandante Marcos o anunciou em 6 de janeiro.
MARCOS México acaba de perder a uma dessas lutadoras que fazem falta já nós nos arrancaram um pedaço do coração
CONTROL ESTROFE MULHERES ZAPATISTAS
NARRADOR A Comandante Ramona deixou seu fusil, su pasamontañas, e seu huipil na comunidade zapatista de Oventic. Seu palavra perdura nas vozes de suas companheiras.
INDÍGENA Por minha voz fala a voz do exército zapatista do Comitê Clandestino Revolucionário Indígena, Direção Geral do Exército Zapatista de Libertação Nacional. APLAUSOS. -1:30 Lhes fazemos um chamado à mulheres indígenas mexicanas para que se organizem, para que juntas trabalhemos a autonomia e pratiquemos nosso direito que merecemos como mulher. Já não é tempo de calar nem humilhar diante dos homens, nem pedir-lhes favor para que nos respeitem. Já é hora de atuar de nós mesmas e obrigar aos homens que nos respeitem nossos direitos. Porque se não o fazemos, ninguém o fará por nós. Esta é minha palavra. Democracia, liberdade, justiça. Comitê Clandestino Revolucionário Indígena, Direção Geral do Exército Zapatista de Libertação Nacional.
CONTROL MULHERES ZAPATISTAS
Guardianes y corazón del pueblo
http://www.geocities.com/ccd-utopia/ezln/historia_ezln/historia_ezln.htm
http://www.kehuelga.org/RI/radioinsurgente.htm