AS CAMPANHAS RADIOFÔNICAS (1)
Como se monta uma campanha radiofônica?
Com frequência, uma emissora se vê envolta em uma campanha comunicativa. Pode ser que se some a uma promovida por organizações sociais ou pelo governo ou por agências de cooperação. Ou também, que a própria emissora tome a iniciativa e lance a campanha.
O que fazer, por onde começar? Como se monta uma campanha radiofônica?
Comecemos dizendo que a palavra “campanha” é suspeita. Soa a militar. Soa a impor uma ideia, não a propô-la. A persuadir as pessoas para que mude seu comportamento, não a convencê-la para que essa mudança seja responsável.
A lógica das campanhas publicitárias ou partidárias ou religiosas é bastante similar. Repetem e repetem slogans até dobrar a vontade dos receptores. Buscam clientes, buscam votos ou devotos. Não lhes interessa que as pessoas reflitam, mas que obedeçam a ordem dada. Como quem adestra cachorrinhos para que façam o que o treinador quer que façam. É simples propaganda.
Aqui falamos de campanhas educativas e mobilizadoras. Em uma emissora comunitária, alternativa, não queremos “domesticar” a opinião pública para que a audiência compre um produto nem vote em um candidato nem ingresse em uma igreja. Queremos que as pessoas pensem por conta própria e se convençam e exijam seus direitos.
Trata-se, pois, de que a audiência entenda as mensagens da campanha, que as sinta, que se motive e se aproprie deles, e que atue de forma comprometida. Estas campanhas, bem conduzidas, se convertem em um verdadeiro processo educativo e conscientizador.
Também nos referimos a campanhas de pressão cidadã para exigir transparência dos funcionários públicos, para denunciar a corrupção, para que os Diretos Humanos e os da Natureza sejam respeitados.
Uma rádio com vocação cidadã tem muito a aportar impulsionando estas campanhas. Mas, como fazê-las, como planificá-las?
No próximo clip, conheceremos os passos para realizar um bom plano de campanha radiofônica.
Renato Joya, Planificación de campanhas, ICER Costa Rica, 1999.